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11 de julho 2016 / Crítica de livros

O Colecionador e o Cristal do Pensamento

Por Sandro Caldas Pina

Eu sempre quis conhecer o Egito, suas pirâmides, além de mergulhar no passado dessa maravilhosa civilização, tão misteriosa e importante para a humanidade, visitando seus museus. Eu descobri que talvez isso seja possível. Melhor, eu descobri que talvez eu possa conhecer a rainha Cleópatra e checar com meus próprios olhos se ela foi tão bonita quanto Elizabeth Taylor naquele filme de 1963. Sim, claro que não vou deixar de passar na famosa biblioteca de Alexandria, destruída por um controverso incêndio.

Mas como fazer essa viagem? Ainda não inventaram a máquina do tempo, mas uma certa pedra talvez seja a resposta, especificamente um cristal.

No livro “O Colecionador e o Cristal do Pensamento”, do escritor Alec Saramago e do museólogo Marcelo Cunha, Clara, Letícia, Marcelinho, Lucas e Heleninha, colegas de classe, são incumbidos de fazer um trabalho escolar e o começo de tudo é entrevistar um colecionador que mora em uma casa misteriosa e cheia de objetos fascinantes. Nesta mesma casa, o Colecionador apresenta aos estudantes o Cristal do Pensamento, que tem o poder de levá-los a viagens em busca do conhecimento por diversas épocas do Brasil e assim mudarem seus pontos de vista sobre a história do Brasil e sobre si mesmos.

O mérito da história de Alec Saramago é apresentar ao público infanto-juvenil, prioritariamente, questões como patrimônio, colecionismo, a importância dos museus, entre outros temas, de uma forma lúdica e envolvente, sem nunca cair no academicismo. A aventura vivida pelos adolescentes também fará adultos conhecerem mais sobre esses temas. Ao final do livro, o museólogo Marcelo Cunha explica de forma mais consistente alguns termos que aparecem ao longo da narrativa, além de propôr utilizações da obra como ferramenta pedagógica. As ilustrações muito bonitas são de Etiennette J. Bosetto, Raquel Andrade e Rodrigo Passos Custodio.

O livro dialogou comigo. Foi uma leitura gostosa e rica, que me acrescentou. Que me educou. E por falar em educação, lembrei do professor e filósofo Mário Sérgio Cortella, que tanto admiro. Ele diz que o radical que forma a palavra “educação” é docere, de educere, que é “doce” e que também significa conduzir. O professor também diz que a educação é um tempo mais amplo inserido em nossa existência. Educação nos molda, nos orienta, nos organiza em nossa trajetória. E isso não encontramos apenas na escola, mas fora dela e durante nossa vida inteira. Outra fala importante do professor é sobre os museus: museu não é lugar para coisa velha. É lugar para coisa antiga. Nele, reverenciamos o que é antigo, mas que, de forma alguma, envelheceu.

 

“O Colecionador e o Cristal do Pensamento” será importante para qualquer um que o leia e, tenho certeza, jamais irá envelhecer, apesar de um dia se tornar antigo.

Baixe aqui: O Colecionador e o Cristal do Pensamento

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