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01 de fevereiro 2017 / Resenhas

Descubra como começou a tradicional FESTA DE IEMANJÁ

Por João Paulo Petitinga - Sócio diretor da Doc-Expõe

Uma das maiores e mais famosas festas de largo da cidade de Salvador, a festa de Iemanjá, anualmente comemorada no dia 02 de fevereiro, inclusive com festas relativas já em cidades como Rio de Janeiro e Recife. Hoje em dia se transformou numa festa pré-carnavalesca, inclusive com bastantes festas pagas que comemoram a data, fazendo a alegria de turistas e soteropolitanos, mas nem sempre foi assim.

A história dessa festa tem duas versões bem interessantes, a mais tradicional e difundida é que há quase um século (1923) pescadores do bairro do Rio Vermelho sofriam com escassez de peixes, por isso passaram a realizar oferendas ao Orixá em troca de fartura no mar. Porém a outra versão, não tão folclórica, nos remete ao sincretismo de Iemanjá (um orixá das salgadas, na religião do candomblé) com Sant’Ana (Santa Católica) celebrada no mesmo dia. Tem que ser explicado que antigamente em 1923 se faziam oferenda a outro orixá no Dique do Tororó para Oxum (orixá das aguas doces) em sincretismo com Nossa Senhora das Candeias antes do tradicional presente de Iemanjá. Porém essa oferenda migrou para o Rio Vermelho em 1924 com o intuito de substituir a festa de Sant’Ana, realizada na vizinha Igreja Católica de Sant’Ana, também localizada na praia do Rio Vermelho.

No Wikipédia é possível ver a explicação de S. Couto a respeito da mudança de festejos registra: “O processo de transformação foi lento e promovido por diferentes fatores. A Romaria dos Jangadeiros foi modificada, em parte, pela chegada dos veranistas à localidade durante a segunda metade do século XIX e a festa religiosa foi carnavalizada. Mas seria injusto colocar toda a culpa das mudanças nos recém-chegados. É provável que a essa altura a lenda da aparição de Sant’Ana aos pescadores já tivesse perdido o significado e a motivação inicial para a realização dos festejos, fazendo com que aceitassem a interferência externa. Ainda há que se levar em consideração outros fatos importantes. Uma série de conflitos ideológicos, existentes nas primeiras décadas do século XX entre as novas orientações do clero e os costumes dos pescadores vinculados ao Candomblé, também favoreceu as mudanças.

Como visto muitos conflitos acontecerem, porém a gota d’agua entre o clero e as festividades se deu em 1930, quando o padre da Paróquia de Sant’Ana recusa-se a celebrar a missa, isso gerou muita magoa entre os pescadores, principalmente após o padre ter ofendido Iemanjá referindo-se diretamente aos presentes dela como “a uma mulher com rabo de peixe”, em represálias, deixaram de pedir a celebração da missa no dia da entrega dos presentes, e assumiram os aspectos do culto da Rainha do Mar, que somente seria denominado como Festa de Iemanjá em 1960.

Hoje, as pessoas independentes da religião comemoram do mesmo jeito, levando flores, perfume, champanhe, velas, mas tem gente que nunca ouviu falar da lenda da Iemanjá.

A festa tem a finalidade de agradar a rainha do mar, na esperança que ela possa abençoar cada vez mais os pescadores. Em dia as homenagens a essa orixá começam de madrugada, com devotos do candomblé, da umbanda e do catolicismo colocam as ofertas e bilhetes com pedidos em balaios que serão levados para o alto mar com a oferenda dos pescadores sempre a frente do cortejo.

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