11 de novembro 2016 / DOC-EXPÕE

Realmente falta patrocínio para o desenvolvimento de projetos culturais?

Por João Paulo Petitinga e Silva

É comum ouvir que a cultura no Brasil sempre fica em segundo plano, alguns inclusive ousam disser que ela, na verdade, fica no terceiro plano. Se for época de crise então, nem se fala. Mas ao se analisar bem, eu percebi que o problema esteja nos projetos pouco desenvolvidos. Entendam que o patrocinador busca divulgar sua marca e deixar um legado, não somente corresponder a ações que buscam auxílio com um pires na mão. Ao contrário, eles buscam a causa, o motivo, e como aquilo vai influenciar a população.

Não quero polemizar, mas acredito realmente que o dinheiro, apesar da crise, ainda está disponível, em menor escala, talvez, o que leva os empresários e o governo, com receitas menores para investimentos, tenderem a ser mais seletivos com os projetos que vão selecionar. Porém, as oportunidades são as mesmas. Eu recomendo inclusive uma visão externa, pois muitas vezes presos no mesmo local deixamos de ver horizontes diferentes, por isso às vezes é preciso um mentor ou alguém mais experiente no assunto para dar a dica. Com isso, evita-se “queimar cartucho” com patrocinadores potenciais. Não adianta buscar patrocínio sem um público-alvo bem definido, ação estruturada, isso é básico. O que se precisa é muito mais do que uma ideia, é preciso um projeto bem elaborado.

A meu ver, o que deve ser feito pelos gestores de equipamentos culturais ou projetos socioculturais é desenvolverem projetos melhores. Tenham em mente que o gestor deve sempre procurar meios de engajar a população com seus projetos, até mesmo aqueles que já existem devem ter espaço para melhorar, sempre há. Com isso ele prova ao patrocinador que não será um investimento restrito ao redor do equipamento cultural patrocinado ou com raio muito curto de visualização. Entendam que não estou sugerindo utilizar meios de divulgação caros ou gastar mais, por isso é que dá trabalho, pois é preciso realmente quebrar a cabeça, talvez por tal motivo poucos o façam.

Mas lembre-se que pensar grande e pensar pequeno dá o mesmo trabalho, por isso vamos PENSAR GRANDE!