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25 de julho 2016 / Artigos

Museus, você gosta?

Por Angela Petitinga

DSC03678Quando eu era adolescente já me interessava em visitar museus na minha cidade, mas confesso que ficava decepcionada ao voltar em algum deles e constatar que as exposições continuavam iguais e, para maior decepção, percebia que as mostras eram iguais, os textos estavam sujos, descorados, ou estragados sem que alguma atenção fosse dada ao tema e espaço. Desde aí comecei a pensar no que faria se trabalhasse numa instituição que contasse uma história e/ou preservasse um tema, tão importante para o conhecimento da população.

Quando entrei no Curso de Museologia da UFBA – Universidade Federal da Bahia, tive contato com excelentes professores e percebi que os profissionais de museus, com poucas exceções, trabalhavam com afinco para conservar o acervo e tentavam em vão expor seus tesouros por meio de vários temas e, só não faziam mais vezes por falta de patrocínios ou mesmo incentivos do governo. Decepção total! Tanto assunto! Tantas formas de contar esta história!

Quando me graduei tive a sorte de trabalhar no Memorial do Banco Econômico, uma instituição privada que realmente se interessava em contribuir com a cultura de Salvador. Promovíamos cursos, seminários, exposições de curta duração, projetos como “O Museu vai ao Banco”, e ações educativas que impulsionaram a educação da cidade. Lembro que nessa época, entre colegas museólogos era chamada, carinhosamente, de “a rica da museologia”. Soube transformar uma história árida numa forma lúdica e agradável de saber, que é a história de uma instituição financeira. A visitação que quase não existia aumentou consideravelmente e o museu passou a ser referência na museologia.

Escutei uma vez de uma professora que aquele museu era diferente! Ao perguntar o porquê ela me respondeu: aqui as crianças podem falar alto e podem conversar durante a visita.

Fiquei pensativa por um tempo e lembrei que quase todos os professores chegavam dando “psiu” para cada voz ou barulho que era ouvido entre as crianças e ficavam surpresos quando nós profissionais do museu rebatíamos a informação dizendo que ali eles poderiam falar, perguntar e interagir!

Já ouvi de algumas pessoas que o brasileiro não vai e não gosta de museus. Será? Já vi, aqui em Salvador, filas imensas no sol e na chuva, para visitarem exposições como a de Rodin. E por que os museus brasileiros (já temos exceções também) não são visitados? Por que quando os brasileiros saem do país colocam na sua lista de prioridades uma visita aos museus famosos, como o Louvre, Metropolitan de Nova York entre outros?

Já ouvi, também, muitas pessoas falarem que museu é lugar de coisa velha! Será que uma obra de um artista é considerada coisa velha? Será que essas pessoas têm na cabeça que o importante é ter o celular, ou o carro, ou mesmo a roupa mais modernos do mercado?

O que acho é que os nossos museus necessitam de inovação. Precisam de uma política de gestão, ou a elaboração do planejamento estratégico e que essa decisão possa ser cumprida anualmente, que suas exposições possam ser conservadas e alimentadas com novos desafios. Os museus precisam de uma equipe multidisciplinar, onde uns possam elaborar novos projetos e que tenham os profissionais para a captação do patrocínio daquele projeto. Precisam estar sempre divulgando suas novas ações, pois já disseram e ainda dizem: “quem não é visto não é lembrado”.

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